ESPERANÇA NA LUTA CONTRA DOENÇAS AUTOIMUNES

Pesquisadores israelenses descobriram um mecanismo para evitar que um tipo de célula branca do sangue, causadora de alergia e doenças autoimunes, entre na corrente sanguínea. A descoberta representa um avanço na compreensão do sistema imunológico e sugere uma nova abordagem de tratamento eficaz para doenças como a asma.
As células brancas nocivas do sangue, chamadas granulócitos eosinófilos, fazem parte do sistema imunológico que combate as infecções. No entanto, quando as células de eosinófilos se tornam hiperativas, provocam asma, doenças gastrointestinais, enfermidades do sangue e até mesmo câncer.
Em pessoas saudáveis, os eosinófilos representam menos de 5% das células brancas do sangue. O problema começa quando uma proteína de sinalização chamada interleucina 5 (IL -5) desencadeia uma onda de eosinófilos a partir da medula óssea, rumo à corrente sanguínea. O IL-5 já está sob investigação clínica como um novo alvo para medicamentos para asma.
O estudo israelense foi conduzido pelo Dr. Ariel Munitz, do Departamento de Microbiologia Clínica e Imunologia da Faculdade de Medicina Sackler, da Universidade de Tel Aviv.

CÉLULAS DO OLHO PODEM AJUDAR A DIAGNOSTICAR MAL DE ALZHEIMER

O Mal de Alzheimer é uma doença degenerativa que afeta os neurônios. Seu sintoma primário é a perda da capacidade de memória. Uma equipe de pesquisadores revelou descobertas durante uma conferência de neurociência nos Estados Unidos. Descobriu-se que camundongos com a doença perderam espessura na camada das células oculares.

Como a retina é uma extensão direta do cérebro, eles acreditam que a perda de neurônios retinais pode estar relacionada à diminuição de células do cérebro devido ao Alzheimer. A equipe prevê que, futuramente, os oftalmologistas, munidos dos devidos aparelhos, consigam detectar o Mal de Alzheimer durante um exame de vista periódico. Segundo o estudo dos cientistas, alterações nas células da retina também poderiam ajudar a detectar o glaucoma – que leva à cegueira – e que é considerado uma doença neurodegenerativa similar ao Alzheimer.

Dr. Flávio Sallem, neurologista do Hospital das Clínicas, comenta o assunto:
“A descoberta de que células da camada neural do olho, a retina, que nasce do sistema nervoso central, degeneram durante o processo demencial da doença de Alzheimer abre oportunidades de diagnóstico precoce e não invasivo da doença de Alzheimer. A importância é óbvia quando se considera que, hoje em dia, o diagnóstico é somente feito, em geral, quando os sintomas se apresentam, não permitindo uma abordagem de prevenção da doença, mas tão somente tratamento. Fora isso, caso queiramos fazer um diagnóstico precoce ou pré-clínico, ou seja, antes da doença aparecer, teríamos que despender vários milhares de reais (ou dólares) em exames que podem não nos dar a informação que queremos. Um exame ocular para checar a espessura da camada neural do olho, a retina, torna-se alternativa plausível para esta empreitada, pois é pouco ou nada invasivo (não há a necessidade de agulhas, cortes ou sedação), pode ser feito rapidamente e pode ser encontrado em clínicas oftalmológicas. Muitos dos exames que se advogam ser realizados para o diagnóstico precoce ou subclínico da doença de Alzheimer são caros ou difíceis de achar. O problema é que a descoberta foi feita em camundongos, seres que podem ter similaridades com os seres humanos. Há a premente necessidade de estudos em humanos correlacionando a espessura da retina de pacientes com doença de Alzheimer e de pacientes normais, e depois poder-se-ia fazer um estudo, mais demorado e mais caro, medindo-se a espessura seriada de idosos normais ao longo do tempo, correlacionando os dados entre os idosos que desenvolvem a doença de Alzheimer, este sendo um estudo mais interessante, apesar de mais demorado. "

IBGE: VEJA OS INDICADORES DA SAÚDE BRASILEIRA EM 2013


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou relatório em que avalia indicadores sociais brasileiros de 2013. Em relação ao setor de saúde, o estudo afirma que houve “relevantes evoluções” nos últimos anos, “com crescente (mesmo se ainda insuficiente) investimento público”.

Apesar disso, pondera que “esforços adicionais são necessários para melhorar a qualidade dos serviços, tornar a saúde pública mais equânime, homogênea no território e capaz de enfrentar os crescentes desafios ligados à dinâmica demográfica”.

A síntese dos indicadores sociais (SIS) é comparada com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, estabelecidos pela ONU para serem cumpridos até 2015.

Confira os tópicos da Saúde, analisados pelo IBGE:

Mortalidade

Em 1990, a mortalidade infantil era de 53,7 óbitos para cada mil nascidos vivos. Em 2010, o número diminuiu para 18,6 óbitos por mil nascidos vivos. A tendência de redução chega perto do Objetivo do Milênio da ONU de reduzir a mortalidade na infância para 17,9 óbitos por nascidos vivos até 2015. A região Nordeste destacou-se, por conseguir passar de 87,3 óbitos/mil nascidos vivos em 1990 para 22,1 óbitos/mil nascidos vivos em 2010.

Já em relação à mortalidade materna, o objetivo internacional é reduzi-la 75% até 2015, em comparação com 1990. O relatório do IBGE o inclui no contexto “saúde da mulher”.
A mortalidade por câncer de mama entre as mulheres de 30 a 69 anos, no período de 1990 a 2010, subiu 16,7% de 17,4 para 20,3 óbitos por 100 mil habitantes. Segundo o instituto, o aumento estaria relacionado a diversos fatores, como diagnóstico tardio devido à dificuldade de acesso a consulta ou desinformação sobre exames preventivos periódicos; redução da taxa de natalidade, que faz com que o organismo receba estrogênio (hormônio que propicia o desenvolvimento do câncer de mama) por mais tempo; e envelhecimento da população devido ao aumento na expectativa de vida.

A mortalidade por câncer de colo de útero, entre mulheres de mesma faixa etária e para o mesmo período, manteve-se estável, com variação entre 8,7 e 8,5 óbitos por 100 mil habitantes.

Combate a doenças

Os casos de infecção pelo vírus HIV mantiveram-se estáveis na população geral brasileira. A incidência entre 1997 e 2010 variou apenas de 17,1 para 17,9 casos a cada 100 mil habitantes. No entanto, segundo o IBGE, o patamar “mascara diferenças regionais”, já que a taxa diminuiu apenas na região Sudeste, enquanto cresceu no Norte, Nordeste e Sul. A taxa de mortalidade por AIDS diminuiu de 7,6 óbitos por 100 mil habitantes em 1997 para 6,4 em 2010.

Também caiu a taxa brasileira de mortalidade por malária, doença infecciosa transmitida pelo mosquito Anopheles. A redução foi de 1,1 por 100 mil habitantes em 2000 para 0,2 em 2010, sendo que 99,9% dos casos ocorreram na Região Amazônica.

“Investimentos nas condições sanitárias e ambientais, além da sua inegável função social, têm um papel importante para a prevenção de doenças. Ao mesmo tempo, permanece a necessidade de maiores investimentos em pesquisa para tratar doenças ainda relevantes (como a malária) e busca de novas tecnologias e tratamentos mais eficientes, mas que costumam ter custo elevado”, afirma o IBGE no relatório.

Gastos com saúde

O instituto também considera que o objetivo de chegar a um sistema “de cobertura universal e atendimento integral” é um desafio para o Brasil, já que mais da metade (56,3%) das despesas em saúde vêm das famílias, com o consumo final de bens e serviços, enquanto 43,7% vêm de gastos públicos. Nos países da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a parte de gastos públicos é de 70%. “A ampliação dos gastos públicos em saúde se mostra um elemento chave para o financiamento atual e futuro do sistema de saúde brasileiro”, diz o documento.

O IBGE também divulga que os gastos com saúde representaram 7,2% do total das famílias, segundo Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008/2009. Desta parcela, 48,6% foram destinados a compra de medicamentos, seguido por plano de saúde (29,8%) e consulta e tratamento dentário (4,7%).

As famílias de menor renda gastam mais com exames (5,1%) e consultas médicas (4,4%) do que as de maior renda. Também têm menor acesso a planos de saúde, o que na avaliação do IBGE, “pode refletir em carências de cobertura do SUS nesses serviços”.

Cobertura de planos de sáude

O relatório do IBGE também analisa dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar e estima que a cobertura de plano de saúde no Brasil é de 24,7%. Esta cobertura está concentrada regionalmente, com 64% dos planos no Sudeste, em 2012.

Os estados com maior cobertura de plano de saúde são São Paulo, com 43,6%, Rio de Janeiro, com 36,6% e Espírito Santo, com 32,6%. Em contrapartida, apresentam a menor cobertura os estados das regiões Norte e Nordeste, como Piauí (7,4%), Tocantins (7,0%), Maranhão (6,6%), Roraima (6,6%) e Acre (5,6%).

Fonte: IBGE e G1